Moisés Almeida, um homem da Saúde Ambiental, eternamente nosso...
Hoje foi um dia triste para a Saúde Ambiental.
Perdeu-se um colega e perdeu-se, acima de tudo, um amigo.
Moisés Almeida, falecido ontem, foi hoje a sepultar no cemitério velho de Coruche.
Eu, já de férias, soube-o por telemóvel, quando ao fim da manhã de ontem a notícia começou a circular.
Eu, já de férias, soube-o por telemóvel, quando ao fim da manhã de ontem a notícia começou a circular.
Agora, quebrando todas as regras que a mim próprio impus, no que diz respeito à utilização da internet no período de férias, vejo que a notícia me chegou também doutras formas. Obrigado àqueles que fizeram uso do correio electrónico e a tantos outros que por não saberem de uma forma alternativa para me contactarem, acabaram por usar o meu círculo de amigos do HI5.
O Moisés foi para mim, além de colega de trabalho, um amigo.
Foi com ele que conversei vezes sem conta sobre o futuro dos Técnicos de Saúde Ambiental e da Saúde Ambiental em Portugal. Chegámos, em conjunto, a delinear algumas estratégias de intervenção. Foi dele que vieram as palavras de conforto quando, por qualquer razão, ou sem razão alguma, me foi apontado o dedo por tudo, ou por nada.
O Moisés foi para mim, antes de colega de trabalho, um amigo. Ainda assim, um amigo a quem fiquei a dever “um copo de tinto, no monte, à beira do Sorraia”.
Nos últimos meses que precederam a sua morte, as nossas conversas eram estranhas. Confesso que chegaram a ser, pelos menos para mim, incomodativas. Por mais que tentasse não me conseguia alienar da experiência pela qual o Moisés estava a atravessar. No fim acabava por me aperceber de que havia sido ele, sempre ele, a dar-me forças para que eu não soluçasse por entre cada palavra proferida.
Cheguei-lhe a dizer: ”Porra Moisés!... Não era suposto ser eu a dar-te alento?”. Ele ria-se.
Manteve até ao fim a força que sempre lhe conheci e o humor que o caracterizava. Quando falámos pela primeira vez, após o diagnóstico, disse-me assim: “Não queres lá ver que este magano me apanhou no dia que fez vinte anos que deixei de fumar!!??”. Fiquei desarmado.
Hoje, ao chegar a Coruche, sem saber onde me dirigir, fui perguntando pela casa mortuária. Todos, sem excepção, me faziam referência ao Moisés. Percebi então que ele era um filho da terra, conhecido de toda a gente e de todas as gentes, querido. Só isso justifica a quantidade de pessoas que acompanharam as cerimónias fúnebres.
A nível profissional, revi colegas de trabalho, Técnicos de Saúde Ambiental, Médicos de Saúde Pública e Engenheiros Sanitaristas que tal como eu, quiseram e puderam dizer-lhe um último adeus.
Na igreja, antes da missa de corpo presente, um colega que o conhece há muito mais anos que eu, dizia-me: “Ele faz-nos tanta falta… faziam-nos tanta falta colegas como ele”. Assenti com a cabeça.
Agora digo: Hajam mais Moisés!
2 comentários:
É triste saber que um colega nos abandonou. Já sabia do problema de saude do colega moises, mas foi apartir daqui que soube da triste noticia.
Nao conhecia bem o moises, apenas falei com ele 2 vezes em congressos. A 1 vezes num congresso na ESTESL e depois em Coimbra no coloquio " Saude Ambiental e o Processo de Bolonha" onde fui moderador e o Moisés deu "show de bola" a todos os presentes na mesa.
Pelas inumeras vezes que ouvi falar dele fiquei sempre com a sensaçao que era um TSA especial.
Realmente pessoas assim fazem falta.
Pedro Bento
Fiquei eu também a sabe-lo por aqui, a saber da partida de um grande colega.
Do pouco que conheço, sei que Moisés era dos bons e, citando o Vitor, "Hajam mais Moisés!"
São essas pessoas que, apesar poucas, sempre podemos contar.
E foi em Coruche que, durante esse tempo, o CS não foi povoado por um Zé Ninguém.
M. Ilda
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